10 de outubro de 2008

55º Post - Primaveras

"Pode ser
que passe o nosso tempo
como qualquer primavera"
(Palavra de Mulher, Chico Buarque)


É primavera. Lá pela manhã de um dia 10 de outubro de 1990, mais um garoto nascia para tentar vencer na vida. Se ventava, fazia frio, flores desabrochavam, isso eu não sei. E o que foram essas 18 primaveras para o universo, que presenciou tantos acontecimentos? Provavelmente somente um mísero milésimo de segundo de toda sua eternidade. Mas para mim, esses dezoito anos foram minha vida, e que vida.


Fazer uma retrospectiva agora seria piegas, logo, pulemos essa parte. Além do que, o que importa agora é o futuro. O que me espera?




E o que esperar de um recém-adulto? Bom, um adulto legalmente falando, pois ser responsável não é medido pela idade e sim pela ações. Sou já adulto? Completamente talvez não. Mas desde esse ano que tive que aprender a viver sozinho na selva de concreto que é São Paulo, a acordar cedo e sem meu pai para me chamar, ou ter de fazer as compras, calcular o que farei de janta, enfim, amenidades próprias de um adulto. Mas eu tinha 17 anos! Onde é que o mundo vai parar?



Dizem que você realmente envelhece quando vê em si mesmo os seus pais. Naturalmente, em mim já noto características de meu progenitores. Cada vez mais minha letra se parece com a da minha mãe. Cada vez mais eu me pareço com ela. De noite, antes de dormir, já preparo meu café da manhã, coloco copos, pratos e talheres que irei usar em cima do fogão. Examente como meu pai faz. Percebi isso esses dias, e para meu espanto! Estou cada dia mais metódico, como ele.


Envelhecer é sinônimo de ganhar experiência? Se não for, o que importa? O que vale mais é estar vivo, possuir sempre a velha, imortal e caquética esperança de ser melhor um dia. Um dia.


Daqui uns anos, quem sabe onde estarei? Ali ou acolá. Vai saber.
Foram se 18 anos. Quantos restam? Muitos, tomara.
E vai se indo, vivendo.
Feliz aniversário para mim!







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Tirando somento o fato de que essa época de aniversário seja meu inferno astral, o resto continua o mesmo: estressado, carente, desesperado... Enfim, a merda costumeira.



E é tão péssimo passar o aniversário longe de meus amigos e pais... Isso porque amanhã tenho um "ciclo" de simulados... Sábado, domingo, segunda e terça só fazendo provas [6 no total]... Ou seja, estou ferrado! E eu ainda querendo sair hoje a noite para fazer algo [com prova amanhã ás 8 horas...]

Foda-se também...
No mais, sem nada!


Abraços e beijos para vocês!

26 de setembro de 2008

54º Post - Pulgas

Melhor eu postar antes que este blog crie moscas.
Acho que a maior novidade que tenho é que contei tudo para Miojo. Sim, sim, pois eu estava cansado de num ter com quem falar nada e ainda ter que mentir para minha melhor amiga.
E como foi isso? Bom, preferi ser mais indireto.

Na sexta 05/09, teve o Noitão do HSBC Belas-Artes, e com a pré-estréia do filme "O Ensaio sobre a Cegueira", baseado em obra homônima de José Saramago. O livro figura como uns dos melhores que já li, e o flme fez o que podia para ser fiel ao original. Foi bom, ótimo filme, mas nada supera a leitura. Pois bem, fui com o Thiago [da Hora Blog], e de quebra levei Miojo. Só pelo lugar já dava para desconfiar de algo. Além do que o segundo dos três filmes da noite era o Baby Love, em que o cara gay deseja adotar uma criança. Precisava dizer mais algo? Para não deixar dúvidas, no sábado fomos à boate Glória. Mas olhem a ironia do destino: numa cidade tão grande como São Paulo, encontro duas amigas da minha cidade lá, e pior, amigas da minha ex [que medo de falarem algo para ela...]. Não aprontei nada demais lá, embora tenha ficado tentado. Música boa, eu meio bêbado, resistindo às tentações [detalhe: Miojo ficou tão alegre que estava saltitando pela pista e fazendo amizade até com os seguranças ahaha]. O local, segundo Thiago, era "alternativo", mas com grande presença gay. Se ela tinha dúvidas, elas se dissiparam.

No outro dia, ela já queria saber tudo. Disse que já sabia, que todo mundo desconfiava, perguntou se já tinha ficado com algum cara, transado, enfim... E o engraçado é que ela me diz que ficou chocada com o Glória, porque viu dois caras se beijando e um dele com a mão na bunda do outro! ahaha, imagina se ela fosse para outros lugares daqui!
E é bom não ter que ficar mais inventando histórias. sinto-me mais leve.

E final de semana retrasado? Fui a uma festa, desta vez sem Miojo. Ótima música, alguns caras bonitos. E para começar, whisky. Depois, vodka. E para completar, cerveja. Logo, fiquei totalmente bêbado. E vocês sabem que uma pessoa bêbada, carente e necessitada é capaz de loucuras... No meio da festa já estava meio desanimado por não ter pegado ninguem. Então o Thiago me diz que se eu tirasse a camisa [muitos já estavam sem] talvez eu tomasse mais coragem e fosse ao ataque. Não tenho um físico de deus grego, mas alguma atenção eu iria chamar. E lá fui eu. Andei, andei... Já estava desanimando, quando um cara coloca a mão na minha cintura, tipo pedindo licença. Olho para ele. Bonito. Ele olha e pára. Sinal para avançar. Peguei na mão dele [clichêêê!] e perguntei:

- Oi, tudo bem?
-Tudo e você?

Sinal para atacar, e ataquei. Beijei ele e o prensei na parede. Eduardo tomando iniciativa??? Acho que foi por isso que só está chovendo ultimamente. E rolou uma química. E que química, tanto que por mim passaria a noite inteira com ele. Mas como alegria de pobre dura pouco:

- Ei, tenho que ir...
- Já?
- É, meus amigos estão me esperando lá fora
- Não pode ficar mais um pouco?

E ele, olhem que fofo, ficou. Mas depois teve que ir mesmo.
Mas agora me pergunto se ele realmente foi-se ou se disse aquilo porque não gostou. "Orgulho ferido de macho reprodutor quando põem em dúvida sua capacidade de proporcionar prazer." Deve ser asneiras da minha cabeça.

Andei mais um pouco, tomei mais cerveja e atingi o pico do alcool. Traduzindo: meu único neuronio havia se afogado. Perdi a consciência dos atos. Não me perguntem o que fiz, pois não lembro! Alias, não lembro do rosto do cara com quem fiquei. Merda. Mas acho que era bonito.
E como disse, um bêbado carente e necessitado é capaz de tudo. Acrescente o fato de eu ter ficado sozinho [Thiago e amigos já haviam ido embora], ou seja, eu ia fazer merda. E quase fiz.

Minha memória volta com eu beijando um cara baixinho e bombado. E com ele me perguntando se eu queria chupar o pau dele. [!!!!!!] Aceitei. E lá fomos ao banheiro. Mas antes de entrar num dos reservados, ele se vira e pergunta:

- De que bairro você é?
- Aclimação...
- Você é mestiço?
- Isso, japonês com italiano.
- Ahn...

Então ele faz cara de pensativo, e vai embora. Demorou um tempo até eu perceber que ele havia me dispensado. Me deixou chupando o dedo, quase literalmente, ahahaha! Mas nem estou ligando, porque ele era feio, estava com cara de bêbado e drogado. Mas fica a pulga: ele me deixou por ser mestiço, por num ter gostado de mim à luz do banheiro, as duas razões ou outras? Ah, foda-se!

Voltei para a pista e fiquei dançando até a festa acabar. Na volta, para aumentar ainda mais meu ego, passo por um grupo de quatro caras, que também estavam voltando da festa, e um deles pergunta:

- Ei, moço, você está indo para o after?
[Não respondo]
- Ei mocinho, é com você mesmo que estou falando!
[Sem resposta]
-Posso tirar uma foto sua??? Estou tirando...
[Barulho de celular tirando foto]
- Tirei! Valeu mocinho gostoso.

Eu simplesmente não respondi por estar tentando não cair, de tão tonto que estava. Alias, se pegar minha trajetória, ela se assemelha a uma "senóide de comprimento de onda de 20 metros"!!! ahahaha

A ressaca foi foda, mas nada comparada à carência que estou agora. Parece que quanto mais caras eu fico, mais carente me torno. Ontem mesmo um cara ficou me olhando no parque e quase que fui para as moitas! Mas a minha pureza ainda sobrepõe à safadeza!!! ahahaha

E o nervosismo para o vestibular? estou comendo tanto que engordei 2 quilos em menos de um mês! Meu deeeeeeeeeeeeeeeus! E ainda não sei se continuo com a estratégia de tentar passar somente na cidade de São Paulo, ou se presto em outras cidades do estado, ou mesmo em outros estados. Ó dúvida cruel. Ao mesmo tempo que quero continuar na selva de pedra, eu não quero fazer mais um ano de cursinho. É uma vida que ninguém merece! Enfim... tenho mais uma semana para decidir : (

E aniversário chegando... Ficando mais velho... Quilometragem rodada, me sentindo um idoso de 70 anos ahahaha! Isso porque vou fazer 18, imaginem daqui a uns anos... E pior, passarei meu niver em Sampa, sem festa nem nada, estudando, tudo por causa de um maldito ciclo de simulados que, infelizmente, não posso perder.

Foda, viu...

Melhor eu ir antes que a lan house feche! ahahah
Beijos e se cuidem!

1 de agosto de 2008

53º Post - Tateando o Escuro

Semana complicada essa.
Como felicidade de pobre dura pouco, minha felicidade acabou-se logo. Ou acabei com ela? Bem, acho que sou uma pessoa que precisa estar estressada ou triste para funcionar. Constatação do Just e amparada por mim. Estava tudo indo tão bem, eu estava tão tranquilo, só alguns problemas na família. Tudo tranqüilo, na mais perfeita ordem. E isso me incomodava. Incomoda. Ainda está na perfeita ordem, mas uma preocupação nova se apresentou: medo do futuro [para alegria geral da Nação].
Agora em agosto começam as inscrições para o vestibular... Mas o que irei prestar? Essa é uma decisão que terei que arcar por parte da minha vida. O que prestar? Sempre fui estudioso e sempre gostei de estudar. Qualquer área, seja Biológicas, Humanas ou Exatas. Tudo bem que há matérias que simplesmente ignoro ou odeio, mas no geral sempre gostei de tudo. Ótimo, claro, para tirar notas na escola, mas e quanto à escolher a carreira??? Fudeu! Gostaria tanto de fazer pesquisas históricas, análises políticas, mexer com seres microscópicos, descobrir os segredos da vida, quanto quebrar a cabeça tentando resolver uma equação matemática ou participar da construção de um avião.
Até tempos atrás eu estava decidio a fazer Economia. Não era algo tão decidido, mas quem tem certeza nessa escolha? Poucos. Porém eu ia continuar com a escolha. Até que no final do segundo colegial prestei vestibular como treineiro. E ... Que decepção foi aquela? Geografia e História, que eu deveria dominar, simpesmente eram um rascunho. E me fizeram repensar: é isso que eu quero? Ao mesmo tempo, comecei a ler um livro de Biologia da minha irmã. Adorei! Comi o livro, praticamente. De certa forma, eu sempre recusei carreiras biológicas pois sabia que de maneira ou de outra meu pai tentaria empurrar Odontologia para mim [tanto que ele convenceu minha irmã a cursar Odonto]. Eu queria escapar dessa influência, e escolhendo um campo diferente da Biológicas, seria impossível ele tentar me fazer mudar. Porém, eu acabei mudando sozinho. Fiquei martelando a cabeça, pesquise e vi que Biomedicina seria uma boa, principalmente na Unifesp [na verdade, só nela], lá seguiria uma carreira de pesquisador.

Isso até quando meu professor de Física, que sempre disse para eu ser engenheiro ¬¬, quase me esganar por saber que eu havia escolhido Biomedicina. Para ele, eu deveria ser, se não fosse engenheiro, médico. E isso martelou de novo. Pesquisei mais e resolvi pular de carreira de novo. E lá fui eu pesquisar sobre Medicina. E gostei do que vi.

Analizando agora, eu não conseguiria fazer Economia. Não consiguiria pensar em lucros, superávits, balanças e crescimento econômico sabendo das mazelas que assolam o mundo. Alias, uma coisa "boa" em São Paulo é que vejo coisas que nunca veria na minha cidade. No começo, andando pela Sé, vi uma mulher de rua, sentada, pedindo esmola. Mas não foi isso que me chocou... Ela estava grávida, de uns 8 meses provavelmente. Fiquei me perguntando o que seria daquela criança, como nasceria [se nasceria] na imundíce das ruas do Centro e o que ela se tornaria. Vi crianças bem pequenas, em seus trapos, andando pelas ruas: o que elas serão? Mas o fato mais marcante foi de uma vez quando voltava da Avenida Paulista com Miojo. Na Vergueiro, um senhor, maltrapilho, provavelmte um mendigo, vira para mim e diz:
- É só seguir reto, em frente?
- E para onde o senhor que ir?, perguntei.
- Para lugar nenhum.

Falou isso numa tranquilidade, numa certeza, num prazer como se dissesse " Te enganei, babaca". Foram palavras ditas de uma maneira que ainda não sei bem explicar. Foi um soco no estômago. Continuei andando, enquanto ele me seguia com os olhos, rindo. O que será que o levou a viver nas ruas e não saber para onde ir?
De certa forma, o que eu queria é poder ajudar mais as pessoas. Sei que tantas outras profissões podem me dar essa chance, mas acho que Medicina proporciona um alcance maior e igualitário. Sei que a área da Saúde tem se comercializado mais nesses últimos tempos, mas onde não encontraremos mercadorias?
E chega agora na metade deste ano, fica essa dúvida, será que sigo tal carreira? Acho que o fato de estar assistindo à algumas series no SBT , como Nip Tuck [Estética] e Grey's Anatomy, tenham me deixado um pouco "abalado". Provavelmente sim, ainda mais por retratar cirurgiões. Mas ao mesmo tempo que tenho medo de seguir tal carreira, adoraria trabalhar como médico.
Acredito que seja tudo nada mais que medo de não conseguir passar esse ano. Medo do futuro. Talvez eu esteja como aquele senhor, sem saber para onde ir, o que fazer, quando e o porquê. Lugar nenhum talvez. Não gosto quando meu destino sai do meu controle, tenho que tê-lo previamente planejado. Sei que isso totalmente é impossível, mas essas incertezas me quebram.
Mas não se preocupem, as coisas se resolvem [ou eu as resolvo!]
Como este sábado estou voltando para Sampa, provavelmente não postarei tão cedo [odeio postar em Lan Houses...]. Felizmente desta vez meus pais vão me levar! Ainda bem, pois a quantidade de livros que trouxe e nem usei [que raiva disso] é enorme, a mala deve estar com quase 100Kg, e andar com ela na rodoviária seria um sufoco. Além disso, minha mãe quer fazer umas comprinhas na Liberdade ; )
Qualquer coisa apareço!
Abraços

27 de julho de 2008

52º Post - Férias

Férias acabando...
O que me deixa, de certa forma, aliviado, pois voltarei para São Paulo, à minha rotina estressante. Mas também me dá medo: logo que voltar, já começarão as inscrições para o vestibular. Ou seja, fudeu! ahahaha
Outra coisa ruim de férias em cidade pequena é que você esgota as possibilidades de lazer na primeira semana. Deu para dar uma boa relaxada, mas depois de um tempo você cansa de num fazer nada! Mas acho que eu é que me canso fácil das coisas...Enfim...
Nesse fim-de-semana passado, aprendi que nunca se deve sair com um casal de amigos héteros, para uma festa hétero [ainda mais música sertaneja do tipo "para corno"], e com esses amigos decididos a te ajeitarem uma garota [felizmente ela estava acompanhada!]. Goiânia e seu namorado fizeram um complô para eu ficar com uma amiga dele. Mas o pior foi Pikachu querendo me ver pegar a tal garota. Ele estava quase bêbado e isso só com duas cervejas! Vinha toda hora conversar comigo. Lindo como sempre, vermelho por ter tomado álcool [ele fica BEM vermelho quando bebe], meio tonto, falando coisa com coisa, me puxando para dançar... É claro que nessas horas eu aproveitava para passar a mão, mas eu queria mais, queria abraçá-lo forte, senti-lo em meus braços, provar o sabor de sua boca [devia ser cerveja ahaha], o seu calor... Do jeito que eu estava carente, quase me aproveitei do fato dele estar embriagado e jogar mais álcool e tentar algo, mas onde naquele lugar? As merdas dos banheiros num tinham reservados... Ele estava simplesmente lindo aquela noite... Eu sei, eu sei, isso é uma recaída, e demonstro ainda gostar dele... Fazer o que se ele ainda está em minha vida? Se vejo-o todo dia no cursinho,e se ele ainda mexe com meu coração e mente? Merda, preciso exorcisá-lo de minha vida! Tomara que esse ano eu passe, porque sei que ele não irá passar onde eu quero!

E nessas férias voltei à academia, depois de quase quatro meses sem me exercitar. Como é bom sentir o ácido lático nos músculos!!!! Essa merda deve causar dependência química! Pelo menos poderei tentar manter uma forma melhor ; ) O problema é ficar vendo aqueles caras maravilhos... Porra, se eu já estou carente, eu saio de lá precisando ligar o PC e ver uns vídeos!! Mas tento me controlar, algo do tipo: "Não vou olhar. Não vou olhar. NÃO vou olhar.... merda, esse cara é realmente gostoso!" Tem um enfermeiro/médico que Deus do céu... e tanto outros que fico perdido, tanto que deixei de ir de óculos, porque com essa minha miopia, enxergo nada! Deixa para lá, essa semana estou indo embora mesmo!

Estranhamente, meus pais estão sempre com alguma surpresa quando volto para casa. Ou era microondas, carro novo, móveis novos, PC novo [para eles, não para mim]... Aliás, quase perdi meus arquivos por causa disso, se eu tivesse demorado mais uma semana em Sampa, provavelmente teria perdido meus arquivos! Eles deveriam me avisar! E essa sexta foi mais uma. Estava eu no PC, conversando com Lenin Foxx, quando meus pais aparecem com um embrulho e dizem: "Eduardo, temos um presente para você." Pelo formato, eu sabia o que era: uma câmera Sony. Fiquei com cara de bobo. E ainda era uma com função Macro!!!!!!!!!!
Adoro fotografia! Divide o lugar de melhor Arte, ao meu ver, juntamente com Música e Literatura. As fotos que eu coloco na parte superior do blog são fotos tiradas por mim, não são tão boas, mas gosto delas. Mas agora como tenho uma cam [antes usava a da minha irmã] vou poder tirar fotos em Sampa e consequentemente, mais temas! Mas... Porque meus pais me deram um presente? Não era meu aniversário e eu nem tinha salvo alguém do incêndio ou descoberto um vacina. Sei que foi porque estou conseguindo ótimas notas no cursinho, porque consegui passar em uma faculdade ano passado [mas era particular, então não conta]. Mas, porque um presente? Ano passado eles me disseram coisas horríveis, um dia antes do vestibular, e agora vêm com presente? Não foram eles que disseram que eu não havia estudado, quando na verdade eu havia sacrificado um ano, sem sair com amigos ou me divertir para estudar? Presente? Certas palavras valem mais que presentes... Estou meio puto com isso, mas fico grato do mesmo jeito, perdoar é preciso. E mesmo porque, adorei a camera!!!

E estou pensando seriamente, e novamente, em contar a Miojo que sou gay. Sufoca muito essa mentira. Só falta coragem...

Boa semana para vocês! Abraços
---- Aviso -----
Não sei o que aconteceu, mas perdi certos arquivos do meu PC velho [eles pararam de funcionar], então, se eu passei algum arquivo para alguém no MSN, por email, por favor, mande no meu email: tonhoso@hotmail.com Agradeço! Em especial se forem fotos/videos de Pikachu ou Ciro [ênfase em Pikachu]. Ficarei desesperado se não conseguir os arquivos!

20 de julho de 2008

51º Post - Admirável Mundo Novo

Dois anos...

Há dois anos eu era um adolescente sonhador, deprimido, carente, esperançoso, vivendo uma vida dupla, que em parte, se tornou tripla: a vida para meus familiares, a vida para meus amigos héteros e a vida para meus amigos gays. Nunca tive problemas em aceitar ser gay, mas houve momentos em que essas três partes não cabiam em uma. De certa forma, o blog alivia tal pressão.

E por que eu criei o blog? Não lembro ao certo; acho que para encontrar meu lugar no mundo e ver que minhas ações podem mudar o curso de alguma história. Ou talvez deixar meu testemunho, a minha versão dos fatos, para mais tarde tentar "ligar as duas pontas da vida" e poder viver em paz com meu passado. Deixar meu legado, dizendo: "Sim, eu tentei o certo, sim!, talvez tenha fracassado... Se errei, admito, foi tentando fazer o que podia."

Seria a minha versão, a minha história, meus erros e acertos. Tudo bem que parte delas foram esquecidas nas profundezas da depressão que me assola frequentemente, porém o essencial está escrito, não da maneira pretendida ou fiel à realidade, mas que ligará para isso?


Continuo sonhador deprimido, carente e ainda mais esperançoso, embora eu veja que esperar não me levará a nada. O que fazer? O que fazer se sonhos se tornam areia, se ações são deliberadas, se o destino sempre me prega uma peça ali, bem ali depois da esquina? Continuar? Sim, essa seria uma das escolhas. Ou mudar? "Sofrer as dores dos parto"? Nascer novamente, mudar meu jeito de ser: ser mais receptivo com as pessoas, ser mais amável, menos arisco, mais humano. Mas eu continuaria a ser o que sou? Eis a questão. Uma questão cuja resposta provavelmente será não. Se hoje sou o contrário do que gostaria, é porque as circunstâncias não foram as planejadas, a vida não me mostrou o caminho certo. Perderia meu âmago, e seria mais uma tentativa entre tantas de ser feliz.

Felicidade... Eita palavrinha enganosa. Se não, pelo menos é necessário tristeza para que ela exista. Acho que o que sempre fiz foi sentir o máximo de dor, para depois sentir o máximo de alegria. Um ciclo vicioso, em que as amplitudes da minha montanha-russa aumentam exponencialmente. Onde chegarei? Em algum lugar, certamente.


Dois anos...

Me sinto um velho dizendo essas palavras. Parece que foi tão rápido: antes eu tinha 15 anos; agora 17. Antes eu estava no primeiro ano do colegial; agora estou num cursinho para entrar na faculdade. Antes, sempre o antes, eu morava numa pequena cidade do interior de São Paulo, pequena, pacata, homfóbica; agora, morando em São Paulo! Olhem o progresso...

Será verdade? Homofobia sempre irei encontrar. Mas será que minha cidade era tanto assim? E meus amigos, com suas declarações de ódio? Será que eram tão homofóbicos? Acho que o medo de ver que errei, que eu poderia ter contado antes, que nada teria dado errado é que me impede de contar aos amigos mais próximos que sou gay. Medo de ver que podia ter feito melhor, que meus medos não tinham fundamentos. E continuo errando...


Antes, eu não conhecia nenhum gay pessoalmente. Agora, tenho amigos que são gays, com quem posso compartilhar certos assuntos que só gays entenderiam e, melhor!, já encontrei dois desses amigos pessoalmente [Shinji e Jimmy] e pretendo conhecer muitos outros.

Já dei meu primeiro beijo num cara, mas é nos que virão que estou interessado. Como foi boa a sensação de ver dois caras, lá na Bubu, se beijando, ao vivo e a cores, e não numa tela de um computador, em filmes pornôs ou seriados. Era ao vivo, e eu poderia também. Não foi o que eu esperava, mas esperar o que mais? Pode-se viver com pouco. Ou mais, se a vida me permitir.

E as cenouras? Quantas será que não comi ou recusei!? E continuo andando, sim, caminhando pelas estradas, sempre comendo as cenouras penduradas na vara de pescar. Um burrinho seguindo seu caminho. Seguindo em frente. Tropeçando e caindo. E relatando, vejam só!, tudo isso num blog! Isso que é modernidade! Burrinho ou não, comendo cenouras ou não, a corrente do rio segue em frente.


Muito obrigado a todos os meu amigos, leitores ou não. Agradeço do mesmo jeito.

Abraços!