6 de fevereiro de 2008

46º Post - Eu tentarei

Por onde começar?

Bom, depois do último post, entrei em depressão novamente. Ainda tinha vestibulares, ainda estudava muito, então acabei me afastando novamente.

Em São Paulo, fazendo novamente o Nouryoku Shiken, me fudi literalmente. Ainda não sei minha pontuação, mas não estou esperançoso. Após a prova, fomos ao shopping ["sô caipira, vô na capitar pra í im xópin"] Queria ir ao cinema, mas estava em reformas [eita azar!]. Numa das lojas do Mc Donald's, esperei, sentado em uns sofás de lá, a neta do meu professor comprar um lanche. Eis um dos motivos pelo que quero tanto ir para São Paulo: entra dois caras, de mãos dadas; eles olham para as mesas como que procurando conhecidos, depois olham as ofertas, trocam umas palavras e saem. Tudo isso de mãos BEM dadas. E ninguém prestou atenção, nem ficou encarando, ou qualquer outra coisa: simplesmente entraram e saíram. Não vou exagerar dizendo que na minha cidade eles seriam mortos e expostos em praça pública, mas é que vejo tantas situações como estas em que as pessoas saem do local incomodadas, ou ficam encarando, que aquilo foi uma visão extraordinária! E depois, já sainda do shopping, vi um casal, saindo de uma academia, abraçados e com um deles quase na bunda do outro!!! Nunca na minha vida tinha visto dois caras tão juntos ao vivo, em carne e osso e em cores! Ahaha ganhei meu dia só com aquilo.

Depois mais estudos para vestibular, mas num ritmo mais lento pois já não estava agüentando. O último foi um desastre, nunca fui tão humilhado em uma prova como aquela. Nunca cometi tantos erros babacas e imperdoáveis na minha vida como naquelas provas. Mas tive uma boa notícia: eu tinha conseguido passar para a segunda fase da Fudest! Ehehe Foi suado mas consegui XD

Veio o fim de ano, com seu Natal sem neve e ano novo sem fogos. Passei estudando. Dois dias antes das provas o pessoal da classe fez um churrasco com o dinheiro que havia sobrado da formatura. Com muita insistência de Miojo, fui. Foi até bom, pois Pikachu encheu a cara, provavelmente por causa de sua amada Jaca! Muahahahaha [risada maléfica!] Foi tão bom vê-lo tomando ducha de água gelada para não dormir! Ok, sou um menino mau por causa disso, mas me fez tão bem vê-lo daquele jeito!

Um dia antes das provas, tive uma discussão com meu pai. Eu precisava ir na casa do meu professor de japonês, mas estávamos de saída para a casa dos meus avós e meu pai não queria ir, então inventou a desculpa de que isso só iria atrasar. Foi um bate-boca normal, mas ele fez tudo o que não podia ter feito, poderia ter batido ou dito qualquer outra coisa. Mas disse. Disse que eu não fazia nada o dia inteiro, só dormia, ia para a academia ou ia em churrascos. Aquilo foi mais que uma facada no peito. Passei um ano inteiro estudando o dia todo, deixei de sair com meus amigos para poder estudar, dormia muitas vezes no máximo 4 horas, isso com uma puta dor no olho e na cabeça de tanto ler, e ia para a academia para não virar um sedentário, e havia ido ao churrasco pois seria a última vez que veria muita gente com quem passei três anos da minha vida e ele disse aquilo! Queria ter dito tudo isso na cara dele, mas não consegui, a voz não tinha força. Segurei o choro e saí, quase correndo. Segundos depois desabei, chorei muito e não estava ligando para os olhares que me fustigavam no meio da rua. Como ele pôde dizer aquilo? Justo um dia antes da Fuvest?? Sei que não sou uma pessoa boa, mas o castigo foi grande.

A Fuvest, como de costume, Fudest. Lá encontrei pessoas da minha cidade que eu nem sabia que estariam lá. Isso aliviou a tensão, apesar que novamente cometi os erros mais condenáveis em uma prova de Física... Fazer o que né?

E pela Lei de Murphy, as coisas tendem a piorar.
Dias antes do primeiro resultado de vestibular, minha gata começou a passar mal e era uma noite de sexta-feira. Por não haver veterinários à aquela hora, não fizemos nada. No sábado tivemos que viajar e voltamos só à noite. Fiquei preocupado, pois ela tinha piorado. Queria levá-la a algum veterinário, mas meu pai não queria, dizia que ia passar, que era melhor esperar segunda, e eu na maior complacência e idiotice, aceitei. No domingo, ela já não bebia água e nem comia, fiquei com medo do pior. Segunda acordei cedo para levá-la ao veterínário, fui para a varanda pegá-la. Olhei dentro da casinha e ela estava lá deitada, com a boca um pouco aberta e os olhos sem brilho. Engoli seco, virei me de costas e olhei o céu. Estava cinzento e chuvoso como no dia em que ela foi jogada, ainda pequena dentro duma caixa de sapatos, no terreno baldio ao lado de minha casa. Estava chovendo, como se os céus também chorassem como eu estava chorando. Não olhei novamente para ela, saí correndo para o quarto e por um bom tempo chorei. Recobrei o fôlego fui vê-la. Ela estava morta, estava gelada, dura, o rigor mortis dos contos policiais.
Ela se chamava Nina, e estava comigo fazia 11 anos, desde quando eu era um pirralhinho de 6 anos. Praticamente a vida inteira passei ao lado dela, apesar que ela pouco fazia caso de mim. Era mais que uma irmã, mãe, amiga, companheira. Eu adorava ficar vendo-a dormir ou lamber a barriguinha gorda. Algumas vezes sinto que se eu tivesse levado-a ao veterinário, talvez ela estivesse aqui, mas também não queria ter que decidir entre deixá-la sofrer ou sacrificá-la. Nunca havia perdido alguém tão próximo a mim, sentia-me desolado e solitário. Foi um dia chuvoso, como quando a conheci, e foi sob a chuva que a enterrei.
Ainda hoje olho pela janela da cozinha, achando que vou vê-la dormindo de barriga para cima, mas ela não está mais lá... Ou então quando chego em casa e ela não está no portão, curiosa para ver quem chegava... Merda.... Porra, sei que vão falar que ela já tinha 11 anos, que estava velha que ia bater as botas do mesmo jeito, como meu pai diz, mas tem gente que vive tanto, porque não uma gatinha que não fez nada de mal além de me arranhar e caçar alguns passarinhos? Para que serve a Veterinária? Sei que isso é uma incoerência vinda de mim, pois vou ter que lidar com situações como esta, mas...

Eu ia escrever um post inteiro para ela, mas decidi não fazer isso, pois não iria aguentar. Mas queria deixar registrado aqui o quanto sofri com isso, pois quero que estas palavras sejam eternas, e mostrem à todos o quanto a amo e a amei.

Dois dias depois saiu o resultado do primeiro vestibular: não passei. Era de esperar, mas fiquei numa péssima colocação. Isso acabou por me jogar mais para baixo, fiquei dias sem conversar com ninguém, só esperando a Fuvest. E saiu, e é claro, não passei ;D Mas fiquei em uma boa colocação, até melhor que eu esperava! Num sei minhas notas e nem como vai ser esse ano, mas espero passar na próximas chamadas pelo menos para a Santa Casa [não tenho como bancar, mas nem que seja para falar: "Oe! Passei!" já está bom demais].

Logo, como eu não passei, terei que fazer cursinho, certo? Certíssimo! E onde? Hã? Hã? Quem acerta? Quem dá mais?? São João? Santa Maria? São pedro??? Não, São Paulo! aauhaiuhaiuha Consegui um bom desconto em um bom cursinho, e vou para lá amanhã [madrugada de sábado]. Já arranjei um apê e vou dividí-lo com um japonês. Qual? Quem poderia ser??? Hã????? Ouvi direito? Será isso mesmo? Mas não, não é ele!! \o/ Não é Pikachu, ainda bem. Apesar que ele vai fazer o mesmo cursinho, ele e mais umas 15 pessoas que conheço ahiuahiuha. Mas foda-se.

E a primeira coisa que vou fazer lá é? Adivinham! Pegar o primeiro macho que eu ver na frente e meter bala? Ir para uma boate? Ou enfiar a cara nos livros? Nada disso: eu e Miojo faremos uma busca por algum ingresso para o Alegria do Cirque du Soleil! Apesar que não estou muito esperançoso de achar algo, mas vai ser um modo de relaxar mais esse ano de puro estudo.

Enfim, ainda tenho que arrumar a mala. E como vou estar sem computador lá, então demorarei um pouco para atualizar e para comentar, então, não se preocupem, pois vaso ruim num quebra nunca!

Abrações!